O Juramento - Vinte e Seis

Por fim, as lágrimas cessaram e o sono me acalmou. "


A janela se abriu com a força do vento, trazendo uma brisa gelada, fazendo-me acordar. Não queria ter acordado. Se fosse acordar, queria que tudo não tivesse passado de um pesadelo, assim não precisaria ter que enfrentar o desprezo e a dor. Mas precisava enfrentar tudo. Me virei para fechar a janela, e senti um corpo contra o meu. 
- Bu ! - Disse Alec, sorrindo para mim.
Levei um susto e me cobri melhor com as cobertas.
- Você não sabe bater ? - Esbravejei.
- Tenho boas notícias, que vão te animar. - E apontou para o meu rosto e a fronha do travesseiro molhada pelas lágrimas.
- Bem, eu não gostei muito das suas últimas " boas notícias ". Foram elas que me deixaram assim.
- Vai se trocar e depois eu te conto. Você está horrível.
- Nossa !  Obrigada. - Disse irônica.
Levantei e fui até o banheiro. Tranquei a porta e encarei o meu reflexo no espelho. Realmente, estava horrível: cabelos amassados e bagunçados, olheiras evidentes, olhos inchados e nariz vermelho. Eles me deixaram assim. Mas não vão mais fazer isso. 
Lembrei do sonho na noite passada, com Harry. Para me ajudar, estava começando a ter fantasias. Pensei que quando fosse ver Harry, não sentiria o coração apertado. Estava enganada. A ferida ainda estava aberta e doía. Gostaria de ser feita de gelo, assim não sentiria mais nada. Ninguém me atingiria. Pois de gelo serei feita. Sem emoções e dor.


Dias depois ...

Noite de festa.


Coloquei o vestido: branco e longo; a parte de cima era apertada, lisa, com um decote em V, e cobertas com pedras brancas e pretas que desciam até abaixo da cintura e depois iam acabando; a saia arrastava no chão, e tinha um corte longo que deixava uma das pernas á mostra; o tecido era pesado, liso e sem estampas.
Já estava bem atrasada. Dissera a Alec que não iria de jeito nenhum. Só nos vimos algumas algumas vezes nos últimos dias. Enquanto estava refletindo, mudei de ideia sobre a festa. Não há o que temer, não há o que temer - repetia enquanto me preparava.
A semana inteira, todas as noites, sonhara com Harry. Nós ficando juntos, nos beijando. Toda noite. Era bem real, o que me deixava abalada quando acordava - suando e cansada.
Já pronta, segui pelos corredores. Tentei refazer o caminho que Alec fizera até a escada.
Assim que achei-a, desci com determinação e cabeça erguida.
 O mesmo cenário no jardim, com mais pessoas. Segui até a mesa com bebidas e peguei uma taça, enchendo-a de bebida. Fiquei em um lado mais afastado, observando todos, com a brisa gelada agitando meus cabelos. A cadeira de Matthew estava vazia. Do meio das pessoas, Alec acenou para mim. Depois, mordeu a companheira e deixou que ela o mordesse em seguida. Ouvi uma risada baixa atrás de mim, mas não me virei. Senti um corpo sendo pressionado nas minhas costas, e um respiração gelada entre meus cabelos.
- Que bom que veio. - Disse Harry no meu ouvido. Ainda não tinha me virado e continuei bebendo e observando todos.
- Não seria uma festa sem mim. - Disse em um tom confiante. 
- Está mais atrevida. Gosto disso. - Repousou a mão na minha cintura e deslizou para a minha frente, ficando a poucos centímetros. Não deixei que isso me abalasse.
- Está diferente. - Disse, examinado meu rosto.
Ergui uma sobrancelha.
- Diferente ?
- É. Não consigo te desvendar.
- Tive de aprender a mascarar minha verdadeiras emoções. - E pisquei para ele.
- Sou um bom aluno nisso. - E sorriu de lado. Mas me intrigou sobre o que estava querendo dizer de verdade.
- Não tão bom quanto eu.
Por um momento ele ficou mais ereto e sério. Depois, se virou para a multidão. Por cima do ombro dele, vi Matthew anunciando algo no meio da multidão.
- O que ele está dizendo ? - Perguntei a Harry.
- Fique atrás de mim.
Pegou minha mão e desceu comigo até o centro. Matthew nos viu e veio em nossa direção.
- Princesa, venha participar do nosso jantar !
Harry apertou mais forte a minha mão, e temi o pior.
Matthew viu e disse:
- Guardas, por favor, levem Harry para o outro lado. Ele está impossibilitando a diversão da princesa.
De trás de Matthew, saíram quatro homens e foram para cima de Harry. Ele tentou lutar mais eram muitos, e acabaram levando-o. 
- Vamos começar com a entrada. - Anunciou Matthew, e fez um sinal para que trouxessem algo.
Guardas trouxeram três pessoas encapuzadas. Postaram-nos na frente dele e saíram.
Matthew deu um sorriso vitorioso e meu coração se acelerou.
Dois guardas se postaram casa um ao meu lado, mas não fizeram nada.
Matthew deu um passo á frente e tirou o capuz da primeira pessoa. Margareth. Fazia algum tempo que não nos víamos. Mas desde pequena ela cuidara de mim e éramos muito próximas. Para mim já fazia parte da família. Sempre cuidara e dava conselhos. Penteava meus cabelos e perguntava sobre namorados. Organizava festas de aniversário e cuidava de machucados. Quando chorava, era ela que me embalava no colo até dormir.



Meu coração se apertou e meus olhos marejaram com o que pensava que vinha em seguida. Tentei ir na direção dela, mas os guardas que estavam ao meu lado seguraram meus braços e forçaram minhas costas para baixo, fazendo-me ajoelhar. Matthew se aproximou, ficando de frente para Margareth. Ela estava confusa e assustada, não sabendo para quem olhar. Quando Matthew se aproximou dela, alguém atravessou a multidão. Quando chegou ao lado dele, a reconheci: Tracy. O que ela estaria fazendo lá ? No meio de toda a confusão ?
Matthew sorriu para ela e abriu os braços.
- Irmãzinha ! - Disse, com doçura de mais na voz.
- Perdi a diversão ? - E deu um sorriso malicioso.
- Quer fazer as honras ?
Ela se aproximou de mim e me olhou.
- Tracy ? O que está fazendo aqui ?
- Acho que não me apresentei corretamente. - Se abaixou e fez um reverência exagerada e debochada - Sou Mihaela.
- Mihaela ? - Perguntei confusa.
- Sim, queridinha. A irmãzinha do Matthew. 
- Irmã ? 
- Vamos botar o papo em dia depois. Tenho coisas mais agradáveis para fazer.
Ela se aproximou de Margareth. Desesperada, tentei me soltar, mas foi inútil. Sabendo o que ia acontecer, fechei os olhos com força. Segundos depois, ouvi um grito abafado e tudo ficou silencioso. Abri os olhos e Margareth estava caída. Tracy, agora Mihaela, segurava algo vermelho e molhado nas mãos: um coração. Olhou-o uma vez, depois o jogou de lado.
- Que pena Serena, perdeu toda a diversão. - Disse Matthew.
Ele pulou corpo de Margareth e caminhou para a segunda pessoa. Tirou o capuz e os olhos de Chelsea encontraram os meus. Mihaela se aproximou dela. Olhando por cima dos ombros de Chelsea, Harry me olhava. Pela sua expressão, ele sentia tanto quanto eu. Querendo a qualquer custo salvar Chelsea, consegui soltar um braço e tentei correr em direção dela, mas me seguraram de novo. Foi distração suficiente para ela conseguir correr. Estava fraca e cheia de ferimentos, mas tentou. Ela correu rápido. Mais rápido que o normal, como uma vampira. Mihaela foi mais rápida e a pegou, trazendo-a de volta. Mihaela a imobilizou infincando uma estaca na perna dela. Quando Chelsea gritou, pude ver suas presas. Antes que Mihaela terminasse o serviço, Harry se soltou e tentou imobilizá-la, mas Matthew atirou nele - um em cada perna e dois no peito, imobilizando-o e fazendo-o cair. 
- Já que você perdeu toda a diversão da primeira vez, agora ficará de olhos abertos. - Disse Matthew, se aproximando e me compelindo.

Tentei resistir ao máximo, mas era praticamente impossível. Não conseguia fechar os olhos. Mihaela se aproximou dela. Antes que tudo pudesse acontecer, Chelsea me olhou com ternura e sorriu. Mihaela afundou as mãos no coração dela e o arrancou com violência, fazendo espirrar sangue em meu vestido branco.

Matthew me liberou assim que consegui ficar em pé. Corri para o quarto e fechei a porta com força. Desabei em lágrimas na cama. Elas queimavam meu rosto. Só chorei daquele jeito quando meus pais morreram: que fazia meu corpo tremer e com soluços. A imagem de Margareth e Chelsea sendo mortas ficará vívida na minha mente para sempre. Mortas por ele. Mesmo que fosse pelas mãos de Mihaela, sem ele isso tudo nunca teria acontecido. Eu o adiava. As lembranças da duas vinham como bombas em minha mente: Eu e Chelsea saindo para fazer compras; ela sempre me ajudava a escolher as roupas; saindo para tomar café; nós comendo torta de morango, sua preferida; nós ficando bêbadas juntas, como prometemos ficar um dia; nós falando mal de meninos que agiam como idiotas; e como sussurrávamos uma para a outra na rua quando víamos algum menino bonito; quando ela preparava festas surpresa de aniversário; de como me confortava toda vez que sentia falta dos meus pais; do brilho de seus olhos; de seu sorriso meigo; de como sua risada era alta e me fazia ter vontade de rir também. A imagem dela sorrindo para mim a última vez, não querendo deixar minha última lembrança dela como algo totalmente terrível. Querendo me confortar e dizer que tudo ficaria bem, que ela ficaria bem. Agora, tudo estava acabado.
E Margareth, que foi como uma mãe para mim. Sempre consolando e dando conselhos, até brigando; perguntando sobre namorados e os meninos bonitos da escola; como seus olhos brilhavam toda vez que estava alegre; ela preparando minha comida preferida; ajudando meus pais desde quando era pequena. Tudo se foi. Se foi por causa dele. 
E tudo ficava mais confuso: Tracy virava Mihaela, uma vampira que era irmã de Matthew. O que Harry estava fazendo com ela ? Se aliando ao inimigo ? E Chelsea era uma vampira.
Bateram na porta. 
Não queria atender ninguém. Não conseguia. Mas as batidas continuaram e tive que ir abrir.
Do outro lado da porta, Harry levantou o olhar para mim. Não resistindo, corri para seus braços. Precisava de conforto e ele era o único que conseguia em horas de desespero. Ele apertou os braços em volta de mim e me ergueu um pouco do chão, me levando de volta para o quarto e fechando a porta com o pé. 
Assim que as lágrimas cessaram um pouco, soltei o pescoço dele para olhá-lo nos olhos.
Ele me compreendera. Também tinha sentido a morte delas.
- Posso passar a noite com você ? - Perguntou.
Eu queria. Queria muito. Passar a noite nos braços de Harry. Em meio ao conforto e paz, deixando de lado todas as coisas ruins. Me entregar a um momento de prazer e esquecer a dor.
- Pode.
Ele foi preparar a cama, enquanto trocava de roupa, jogando fora o vestido manchado de sangue. Coloquei roupas confortáveis e fui me deitar. Harry já estava na cama. Olhei para a camisa dele, com buracos de bala e sangue. Não conseguiria esquecer essa noite com ela tão perto de mim. Ele seguiu meu olhar e assentiu.
- Vou tirá-la. - Ele disse.
Começou a desabotoar e deixou que ela deslizasse pelas costas até sair por completo e jogá-la no banheiro escuro. 
Engatinhei até seu lado e deitei de costas para ele, que me abraçou por trás. Ele praticamente respirava na minha orelha. E sabia que estava apoiando a cabeça nas mãos e me observando. Fazia círculos com os dedos na pele desnuda do meu braço, causando-me um arrepio. Ele pegou minha mão e a beijou, e foi subindo até meu pescoço.
- Eu anseio tocar sua pele, sentir seu cheiro, beijar sua boca, sentir seu coração acelerado por mim. - Disse no meu ouvido. 
Estava de olhos fechados, deixando as sensações aflorarem dentro de mim. Beijou meu maxilar, e senti sua mão entrando de baixo da minha regata e levantando-a. 
- Harry. - Alertei. Tentando me controlar.
- Me diz se não querer. - murmurou em meu ouvido.
Mordiscou minha orelha e por baixo da regata soltou meu sutiã. 
- Não ... quero. - Disse entre um suspiro e outro.
Lembrei dos acontecimentos e das mortes. Se seria falta de respeito. Nem tinha se passado um dia. Tentava resistir.
- Não me convenceu. - Falou e deslizou a mão pela minha coxa.
- Por favor. 
Não sabia se estava implorando ou protestando. Só sabia que o queria. Queria desesperadamente. Me rendi as provocações e ao desejo. Deitei de barriga para cima, fazendo-o deitar sobre mim. Ele pegou minha coxa e a levou até suas costas. Me beijou calorosamente. Um desejo insaciável e feroz. Enterrei minha mão em seus cachos, sentido-os deslizar pelos meus dedos. A outra estava em sua cintura, puxando-o para mais perto. Sua língua explorava minha boca. Em meio aos beijos, gemíamos de prazer. Ele apertava minha coxa e minha cintura. Ele distribui beijos pelo meu maxilar e desceu até o pescoço. Chegando ao meu ombro. Desceu a alça da regata e beijou o local. Colocou as mãos dentro da blusa e a tirou. Minha mão encontrou o botão de sua calça e o abri. Girei, ficando sobre ele. Puxei sua calça até tirá-la por completo, deixando á mostra sua cueca preta. Sentei em cima dele que se sentou junto. Passava a mão pelas minhas costas e beijava meu pescoço. Ele deslizou a mão até meu ombro e deixou o sutiã escorregar para baixo. Arqueei as costas para trás, quanto ele distribuía beijos na minha barriga até chegar aos seios. Ele me jogou para o lado e tirou meu short. Se ajoelhou na minha frente e pegou uma de minhas pernas. Beijou meu pé e foi descendo pela coxa até chegar na virilha. Passou a mão pela minha intimidade, fazendo-me suspirar, e tirou minha calcinha. Deitou em cima de mim e me beijou com mais intensidade. Minha mão alcançou a barrinha da sua cueca e a tirei. Envolvi sua cintura com as pernas, e ele me penetrou. Senti quando ele estremeceu de prazer, junto a mim. Ele começou devagar, mas com o tempo foi ficando mais rápido. Suas investidas me enchendo de prazer e fazendo-me estremecer. Ele me beijou e mordeu meu lábio inferior. Ele gemia de prazer entre meus lábios. Ele continuou com um ritmo acelerado e colocou a cabeça entre meus cabelos, no ombro. Fechei os olhos tentando controlar minha respiração, em meio a explosão de prazer. Gemi de prazer e arranhei suas costas. Ele se apoiou nos braços e continuou com as investidas, beijando um seio e acariciando o outro com a mão. Depois de meia hora, ele dá sua última investida. Estremecendo de prazer enquanto chega ao clímax. Deixou seu corpo mole cair sobre o meu. Os dois estavam suados e tomados pelas sensações arrebatadoras. Ele puxou o lençol ,enquanto caiu para o meu lado, e nos cobriu, fazendo-me deitar em seu peito.


 Acordei com a luz que vinha da janela. Olhei para Harry, que ainda estava dormindo. Seus braços não me soltaram a noite inteira. Estava feliz. E Chelsea e Margareth gostariam de me ver feliz. Estar nos braços de Harry era a única coisa que parecia certa no meio de várias erradas. No começo sabia que ele seria um problema. Bem, ele é o problema e a própria solução. Só conseguia me sentir bem com ele. Fiquei mexendo em seus cachos e observando-o dormir. Ainda de olhos fechados, ele sorriu.
- Você está me encarando. 
- Eu gosto de te observar.
Ele abriu os olhos e se virou para mim. Seu semblante de alegria mudou, e uma sombra de preocupação passou por seu rosto. 
Meu sorriso vacilou ao perguntar:
- Alguma coisa errada ?
- Você confia em mim ?
- Confio ... por quê ?
- Vou te tirar daqui.
Harry me beijou uma última vez antes de sair da cama e começar a se vestir. 
- Se vista. Coloque algo bem quente, mas que dê para se mover com facilidade. Quando eu voltar, esteja pronta. 
Olhei para ele confusa. Se aproximou e segurou meu rosto com as duas mãos.
- Nós vamos conseguir. - Sua voz estava firme e ele me olhava no fundo dos olhos, e me fez acreditar que poderíamos.
Ele saiu apressadamente e corri para o banheiro. Tomei um banho apressado e vesti uma roupa quente. Temendo o frio do lado de fora, coloquei mais um casaco e luvas. Fiquei sentada na cama, tensa e nervosa, esperando por Harry. 
Houve uma forte explosão. Pela distância do som, era na parte de trás do castelo.
Mais uma explosão, desta vez era mais perto do meu quarto. Fiquei mais nervosa. Cadê Harry ? 
Entraram rápido no quarto. Harry e Alec. 
- Pronta ? - Harry perguntou, vindo na minha direção.
Assenti e ele me pegou pela mão, saindo pelos corredores. Tivemos que entrar em alguns quartos, para pular janelas. E na maioria deles, havia gente morta. Jogados pelo chão com estacas no coração. Chegamos em um em que a janela era muito alta.
 Harry saiu primeiro e avisou:
- Depois que eu for, você pula. Não se preocupe, eu te seguro.
Ele pulou e fui em direção a janela. Olhei para baixo. Muito alto. Por sorte, nunca tivera problemas com altura. Sentei na madeira e joguei as pernas para fora. Alec segurou minha mão para que pudesse me sentir mais segura. Sem hesitar, pulei. O vento passando pelo meu rosto, fazendo um zumbido nos meus ouvidos. Sabia que Harry me pegaria. Senti suas mãos firmes na minha cintura, me envolvendo em um abraço. Logo em seguida, Alec pulou. Harry pegou minha mão e começamos a correr. Estávamos na parte oeste do castelo. Harry parou por um momento e vasculhou a neve amontoada em um canto da parede. De lá, tirou duas armas e várias estacas. Colocou algumas estacas na parte de trás da calça e dentro do casaco e o resto entregou para Alec, deixando uma arma comigo. Conseguimos alcançar os muros da entrada, onde estavam vários guardas mortos. Harry segurou-me pela cintura, passando os braços apertados em volta. Abaixou-se, pegando impulso e pulou. Pulou muito alto. Atravessamos os muros. Quando abri os olhos, estávamos pisando na neve da floresta. Depois que pulou, Alec apareceu ao nosso lado.
Começamos um nova corrida. A arma já estava na mão de Harry, enquanto a outra segurava minha mão. Corremos entre os pinheiros. Minhas botas se afundando na neve. Meu coração estava batendo rápido e já estava arfando. 
- Abaixem-se ! - Gritou Alec, e nos jogou para o lado. Ao cair no chão, olhei para trás. 
Alec atirou pelo menos quatro vezes em um homem que estava nos perseguindo. Ele caiu e outro homem que estava se escondendo atrás dele saltou em nossa direção. Harry foi mais rápido e tirou do casaco uma estaca. Se levantou muito rápido e lançou a estaca em direção ao homem, como se ela fosse uma lança. Atravessou-o e ele caiu na neve. Harry segurou minha mão com mais força e me levantou. 
- Pule nas minhas costas. - Harry ordenou, se virando.
Obedeci e pulei nas costas dele, fazendo cavalinho. Eles correram em velocidade impressionante. Olhei para trás a tempo de ver Alec ficando nas minhas costas e segurando uma flecha em frente aos olhos. Ele a segurou antes que o atingisse. Tirou o revólver e atirou duas vezes no peito do homem e uma no meio da testa. Conseguimos atravessar a floresta e chegar a pista. Estacionadas no acostamento, estavam duas motocicletas pretas e reluzentes. Harry deslizou para uma e deu apoio até eu deslizar atrás dele. Alec pegou a outra e deu partida. Saiu muito rápido e Harry fez o mesmo. O caminho todo apertei os braços em sua cintura. O vento batia no meu rosto, causando arrepios de frio e dificultando a respiração.

Duas horas depois, Harry e Alec estacionaram no acostamento da estrada. Alec deslizou para fora e fiz o mesmo sendo acompanhada de Harry. Ele indicou para que eu pulasse em suas costas de novo. Assim que subi, eles começaram a correr floresta adentro. Desta vez ninguém nos atacou. As sombras que espiavam pareciam, se esconder na escuridão quando passávamos. 
Pouco tempo depois, estávamos em frente ao castelo dos Petrova.

Nos acomodaram nos quartos. Foi o tempo de acender a lareira e tirar as roupas pesadas e sujas de neve, para baterem na porta e servirem o jantar. Me acolhi perto da lareira, aquecendo-me. Harry entrou no quarto e fechou a porta atrás de si.
- Podemos conversar ? - Perguntou, encostado na porta. Não consegui ler nada em sua expressão.
- Claro.
Ele se sentou na cama e peguei uma cadeira e sentei de frente para ele.
- Acho que antes de tomar qualquer decisão sobre mim, você deveria saber de toda a verdade.
Eu não aguentei, tinha muitas perguntas e era hora de obter respostas.
- Você me abandonou, por quê ? - Era a que mais doía e a que mais ficava voltando em minha mente.
- Eu fui obrigado.
- Como assim " obrigado " ?
- Quando te conheci, eu me aproximei por que gostava de você. Queria ficar com você. Quando fomos para Londres, e Matthew apareceu na escola, estranhei. Deixei as coisas irem para ver o que ele estava tramando. No começo, ele me dissera que só queria te conhecer e se aproximar. Que seria um jogo limpo. Quando percebeu que eu estava gostando mesmo de você e você estava correspondendo,teve que fazer algo. Ele me ameaçou. Se eu não ficasse longe de você, ele devastaria a cidade, mataria a pessoas que você ama e te mataria. Eu me afastei, temendo o pior. Mas não recuei satisfeito. Esse tempo todo estava tentando pensar em algo para acabar com ele. 
- Ele ameaçou as pessoas que amo ?
- Sim. Especialmente, seu tio, Chelsea e Margareth.
- Por que ele me queria ?
- Ele foi banido do Três Grandes. Não sabia dar ordem em seu castelo. Seus vampiros eram muitos rebeldes e matavam qualquer um, sem limpar a bagunça depois. Isso estava trazendo problemas para os vampiros. Os humanos suspeitam. E eles não estão preparados para nós. Seu reino era uma bagunça e Matthew era igual a seus subordinados. Sem controle. Ele foi expulso dos Três Grandes, trazendo seu reino a falência e nomeando seus vampiros de " Renegados Rebeldes ". Ele sabia do juramento e esperava por ele. Como você não é obrigada a ficar com quem não quer, poderia escolher. Assim que me informaram que você estava na idade, teve que vir para cá e conheceu tudo. Ele esperou que fossemos para um lugar mais afastado de todos do reino e se apresentou a você. Ele precisava de uma princesa com influência e dinheiro, e lá estava você. Assim que te seduzisse e ficasse com ele, ele passaria a fazer parte dos Três Grandes de novo. Tomando de volta seu poder e dinheiro. Logo, ele te mataria, para ficar com tudo. Como ninguém saberia que foi ele, não poderiam expulsá-lo de novo.  
- Mas você ficou comigo. 
- Sim. E foi um erro. Arrisquei você e muitas outras pessoas. E como prova de sua promessa, matou o nosso professor. 
- Foi ele ?
- Sim. Tentei impedi-lo, mas ele é impulsivo. E ainda mandou um de seus homens aterrorizá-la. Lembra-se de Daniel ? Ele mandou Daniel fazer aquilo com você, e depois teve toda aquela encenação de que salvou sua vida.
- Mas depois, quando cheguei em casa, nós ficamos outra vez.
-  Esse erro foi mais grave. Para enfatizar sua promessa, mandou te sequestrar. Temendo perdê-la, eu me afastei definitivamente de você. Não arriscaria sua vida.
- Você tentou me afastar ?
- Sim, e muito. 
- E Tracy ?
- Ela é irmã do Matthew. Ele mandou ela ficar comigo, para me espionar. E ajudá-lo com você. 
- Nunca houve nada ? De verdade ?
- Nunca. Eu a odeio. Quase a matei umas vezes. Mas ela obedece a ele. Ela ficou estudando na escola um pouco antes, para observar você e ver se eu aparecia antes de você ter a idade.
- E você me abandonou assim, do nada, e não me falou o motivo. Por quê ?
- Eu não poderia. Se você soubesse de qualquer coisa, estaria tudo acabado. Matthew é impulsivo e sem limites. Faz qualquer coisa por poder e dinheiro. Ele te mataria, devastaria cidades e mataria pessoas que você ama, se o plano dele falhasse. 
- Mas como ele soube de todas as vezes que ficamos ?
- Os vampiros conseguem entrar na mente um do outro. Mas não é sempre. Geralmente é quando estamos fracos. Seja por motivos físicos ou emocionais. E eu estava fraco. Ficar longe de você me deixava fraco. Saber de tudo o que ele estava fazendo e não ter muitas saídas, ver você tão perto e não poder tê-la. Tudo isso me deixava fraco. Ele entrava na minha cabeça quando estava dormindo e acessava minhas memórias, assim descobriu tudo. 
- Por que não contou para alguém do castelo ?
- Se contasse, tudo estaria acabado. Até eles conseguirem chegar em Matthew, você já estaria morta, e seria minha culpa.
- Por que você fez tudo isso por mim ?
- Você não sabe quantas coisas faria por você. Aceitei a ameaça de Matthew para não perdê-la . Eu não suportaria te perder. Eu não posso te perder. Mesmo que tivesse que vê-la só de longe, por mim bastaria. Pelo menos não estaria morta. Muitas vezes eu me rendi ao desejo e fiquei com você, fiquei te provocando. Era muito difícil tê-la tão perto. Eu tive que fazer algo para te afastar por vontade própria, ou seja, agi como um canalha. Falei que nada foi real e fingi ficar com Tracy. Também tive de pedir a Chelsea para te falar que eu não era bom o bastante. Você me odiando, seria mais fácil.
- Como assim, você era próximo de Chelsea ?
- Chelsea se mudou porque foi transformada. Todos esses anos ela era uma vampira. Quando pensou que fosse perder o controle, procurou nosso reino. Nós a ajudamos e acabei me tornado seu amigo. Quando cheguei em Londres com você, pedi para que ela viesse cuidar de você. E fiz o mesmo com Alec. Eles dois são do meu reino. Eu posso ter sido obrigado a me afastar de você, mas ainda te manteria segura. Eles cuidariam de você. Eu precisava saber que estava a salvo. A única maneira que achei para ficarmos juntos, foi através de seus sonhos. Enquanto você estava no castelo, toda a noite, eu entrei na sua mente e te fiz sonhar comigo. Poderia não ser real, mas para mim bastava. Se eu perder você, perco tudo.
Lágrimas quentes escorriam de meus olhos. Um nó se formara em minha garganta. Estava tremendo. 
Enterrei o rosto nas mãos.
- Preciso de você do meu lado, agora e sempre. - Seu tom de piedade tinha sumido e agora se tornara uma súplica.
Coloquei as pernas na cadeira e abracei os joelhos. Harry se aproximou e puxou minha cadeira com força. Perdi o equilíbrio e cai em cima dele. Ele continuou sentado e passou os braços em volta da minha cintura. Levou uma das mãos aos meus olhos e limpou minhas lágrimas. Me beijou. No começo foi suave.
- Diga que me quer. - Pediu, entre os meus lábios.
- Me solta. - Eu precisava de um tempo.
- Você não quer isso. 
Desceu os lábios até meu pescoço e beijou-o.
Não resisti e minha boca lidou com a dele com mais ansiedade. Ele me beijou intensamente e ardentemente. Eu fui para o lado e o levei junto. Agora que tinha começado, não tinha a intenção de parar. Comecei a desabotoar sua camisa e ele a jogou de lado. Colocou a mão em baixo da minha blusa e a tirou sem paciência. Enquanto ele dava chupões no meu pescoço, desabotoei sua calça e ele a tirou. Sua mãos desceram até minhas costas e ele abriu o fecho do sutiã. Ele chupou um e massageou o outro com a mão. Foi distribuindo beijos na minha barriga até chegar a barrinha do short. E o tirou sem nenhuma delicadeza. Joguei ele para o lado e fiquei por cima. Beijei-o selvagemente. Mordi seu lábio inferior e desci pelo seu pescoço. Distribui beijos pelo peitoral até chegar a barrinha da cueca. Tirei-a e ele me puxou. Passou a mão pelas minhas pernas, causando-me um arrepio, e pelos glúteos até colocar o dedo por debaixo do tecido da calcinha. Ele a deslizou pelas minhas pernas sem paciência, como se não pudesse suportar o tecido entre nós. Sentou-se e puxou minha cintura para mais perto. Beijou meu seio e seus lábios subiram até meu ouvido, fazendo-me ouvir sua respiração irregular. Passou seu membro pela minha intimidade, roçando-o. Provocando-me. Não estava mais suportando. Ele estava me deixando louca.
- Harry, por favor... - Gemi no ouvido dele.
- Diga o que você quer. - E deslizou o dedo pelas minhas costas.
- Quero você.
Seu corpo ficou tenso e ele penetrou. Mordi o lábio com o ardor maravilhoso que causou.
Ele apertou minha bunda com as duas mãos, fazendo-me subir e descer. Agarrei os cabelos dele, sentindo-os deslizar entre meus dedos. Assim que relaxei, o movimento do corpo dele de encontro ao meu ficou ritmado. Eu o empurrei, fazendo-o cair de costas na cama. Acelerei os movimentos, e ele gemeu quando a sensação ficou forte demais. Uma fina camada de suor se formara em seu peito. Ele me segurou pelas chochas e nos girou, ficando por cima. Segurou meus braços acima da cabeça e apertou minha cintura. Ele estremeceu quando penetrou novamente. Seus movimentos ganharam força e rapidez. Arqueei as costas quando seus lábios traçaram o caminho do meu maxilar até o pescoço. Ele pressionou o rosto no meu e deu mais uma investida. Soltou meus braços e me girou pela cintura, fazendo-me ficar de costas para ele. Pegou meu joelho e o levantou até a altura dos quadris. Ficou entre minhas pernas e senti o peso de seu corpo sobre o meu. Ele deslizou a mão da minha cintura até os seios. Penetra outra vez, e tive que segurar o lençol, com a maravilhosa sensação. Ele acelerou. Gemo e ele investe com mais força e velocidade. Gemo seu nome e seus movimentos se tornam mais rígidos. Os ruídos vindos de sua garganta ficaram mais alto e ele dá a última investida, gemendo e estremecendo. Caiu para o lado e seus braços me envolveram, enquanto tentamos relaxar e controlar a respiração.

Assim que acordei, vi que ele ainda estava ao meu lado, observando-me com ternura. Virei-me para ele e comecei a traçar a linha de seu braço até clavícula. Ele sela meus lábios com ternura.
- Nunca parei de te amar. Nem um minuto, nem um segundo. - Admiti.
- Eu sempre serei seu. 
Ele ficou me fitando, com um ar pensativo.
- Me diga o que está pensado. - Pedi.
- Que quero te observar dormir e acordar. Quero ser o primeiro rosto que verás quando acordar, e seu último pensamento ao dormir. 
Meu coração se acelerou com a declaração. Subi um pouco mais e o beijei, transmitindo todo meu amor a ele. Ele desliza o dedo pelas minhas costas. Mordisca minha orelha.
Depois de um tempo, ele sai para falar com o rei, que acabara de chegar ao castelo.
Tomei um banho e vesti roupas quentes. Aproveitei que estava sem nada para fazer para dar um passeio no castelo. Calcei as botas e saí do quarto. Fechei a porta e senti braços envolvendo minha cintura. Eu sabia quem era. Quem me trazia aquele conforto e sensação acolhedora. Harry.
- Não quer ficar mais um pouquinho na cama ? - Perguntou ao meu ouvido.
- Adoraria, mas não sou de ferro.
Me virei sorrindo para ele.
- Como foi ? - Perguntei.
- Não vou esconder nada de você. Não vão nada bem.
Ele abriu a porta do quarto e me levou até a cama.
- Me conta. - Pedi.
- Matthew tem a fama de ser implacável. Não perdoa os fracos. Quem quebra suas regras é punido. E eu quebrei. 
- O que você quer dizer ? - Meu coração acelerou, e senti minhas mãos começarem a suar.
- Ele vai querer vingança. E não vai ser pouca coisa.
- Que tipo de vingança ?
- Ele quer uma guerra.
- Como assim uma guerra ? - Perguntei, elevando o tom de voz.
- Nós contra ele. Todos nossos aliados contra os dele.
- O que vamos fazer ?
Ele me olhou profundamente.
- Tenho que te transformar.
- Me transformar... - Repeti, meio zonza.
Ele pegou minhas mãos.
- Não posso ariscar te perder. Se você for humana vai estar em desvantagem e Matthew com certeza virá atrás de você para se vingar. E no meio de uma guerra não vou conseguir te proteger a todo segundo. Mas tentarei ao máximo.
- Você estava pensando em quando ?
- Hoje. Agora.

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