
Capítulo Vinte
Ficarei aqui. - Murmurou.
Acordei cedo, mas Harry já havia saído, deixando uma rosa e um bilhete em seu lugar.
" Estou indo para uma missão. Mostre ao Connor o bilhete, que está na cômoda. Não saia do Instituto. Beijos - H. "
...
- E cadê o bilhete ? - Perguntou Connor, sentando-se atrás da mesa de seu escritório.
Entreguei-lhe o bilhete.
- É digitado - ele observou - Já não podemos ver pela grafia, mas procurarei digitais. No que Harry entregou-me, não achei nada. Este dificilmente terá algo...Tem certeza de que é só isso ?
- Tenho. O bilhete e o celular.
- Não encontramos nada no celular também.
Suspirei.
- Isso está me enlouquecendo.
Ele sorriu.
- Tenho algo para te animar. Há uma equipe pronta para te acompanhar até sua antiga casa.
- Não posso - Respondi.
Connor murchou.
- Por quê ?
- Harry acha melhor eu ficar aqui. Ainda mais depois do que aconteceu ontem.
- Mas eu tripliquei a segurança.
- Não sei ... Acho melhor não.
- Que pena, querida. O pior é que eu não sei se poderei abrir uma exceção novamente.
Última chance. Última chance. Oh Droga !
Eu poderei nunca mais saber exatamente quem era meu pai. Eu havia aceitado as condições de Harry, mas ele teria que entender. É a verdade sobre meu pai. E eu iria agarrar essa chance.
- Tudo bem, eu vou.
Ele sorriu.
- Ok. Pegue tudo o que pode precisar e já podemos ir.
- Você vai também ? - Perguntei, surpresa.
- Quero garantir sua segurança.
(...)
No carro blindado, estávamos eu, Connor, um Caçador e o motorista. Fizeram um comboio, todos os carros, cheios de armas e agentes. Às vezes, eu podia ver um helicóptero rondando. Tínhamos vindo para Londres de avião particular, e fizemos o resto do caminho de carro. Eu reconhecia à rua. Minha antiga rua.
- Aqui. - Apontei para a casa.
- Já conferi e não há ninguém. - Disse Connor., saindo do carro e ajudando-me a pular do mesmo.
Minha barriga doía de medo e minhas mãos suavam de ansiedade. Quando fui abrir à porta, um Caçador me impediu. Sacou a arma a entrou sorrateiramente, seguido de uma mulher. Eles vasculharam a casa e liberaram a entrada.
- Se separem. - Pediu Connor.
Subi as escadas, indo até meu antigo quarto. Meu peito se apertou de saudade. Do tempo em que minha vida era normal e meus pais estavam comigo. Mas eu conhecia cada pedacinho desse quarto e sabia que não havia nada.
Pense. Pense - eu ordenava a mim mesma.
Meu pai não seria tão óbvio colocando as coisas em seu quarto. Um lugar em que ele podeira esconder sem que ninguém pudesse achar tão fácil ?
Meus olhos se voltaram para meu lugar favorito e eu soube que era ali. Minha casa da árvore.
Saí correndo da casa, fazendo Connor e alguns Caçadores me seguirem. Subi as escadas e entrei pela pequena porta. O lugar era apertado para o meu tamanho e estava cheio de folhas secas e poeira. Ainda havia minha mesinha e as prateleiras... As prateleiras que meu pai insistiu para pôr. Comecei a arrancá-las, já que os pregos estavam frouxos. Assim que as prateleiras saíram, só restauram as placas de madeira.
- Preciso de um pé de cabra ! - Gritei para Connor.
- Está tudo bem aí em cima ?
- Quase !
Quando me arranjaram um, infinquei o pé de cabra na borda da madeira e forcei até sair. Fiz isso com todas. Minha boca ficou seca ao ver que era uma parede falsa. Armas de todos os tipos ficavam presa na parede verdadeira, junto com facas e munições. Abaixo, caixas. Fiquei de joelhos e comecei a examinar o conteúdo. Fichas de assassinos e outros bandidos, contratos de compras de armas e munições, pilhas de dinheiro, um caderno com nomes riscados e tipos de armas ao lado, e vários documentos; todos com fotos da mesma pessoa, mas sempre nomes diferentes.
Então era verdade.
(...)
A única coisa que eu gostaria de fazer era dormir. Mas eu tentei, tentei e não consegui. Eu estava com uma dor de cabeça dos infernos, devido ao estresse da viagem e tudo o que eu precisava era de uma crise de enxaqueca.
- Vá com calma - Pediu Jack, meu instrutor, acariciando a costela que havia chutado.
Respiro profundamente.
- Desculpe.
Jack me dá um saco de pancadas para eu descarregar minha raiva. Connor havia pego as coisas que eu achei e trouxe para examinar. Eu estava com vontade de chorar, mas não consegui. Só havia aquele nó na garganta. O alívio do choro não chegava para mim. Eu estava quebrada. A verdade me deixara quebrada. Eu não sabia se ficava com raiva ou magoada pelas mentiras em que minha vida foi baseada. Mentiras do meu próprio pai. Mas a raiva também era presente. Raiva por ter descoberto tudo isso o que está acontecendo, continuar sem nada concreto. Tudo continuava um turbilhão. Tudo caía nos meus ombros.
(...)
A sessão com Jack ajudou-me a relaxar e o banho mais ainda. Coloquei a camisola, tomei um analgésico e fui para a cama. Meu celular acendeu com o avido de dez chamadas perdidas e cinco mensagens de voz.
" Mas que diabos você está fazendo ? - Harry rosnou na mensagem - Eu não te disse para ficar no Instituto, porra ? Você tinha concordado em ficar, caralho ! Você ainda não me viu com raiva, Alice. "
Saber que ele estava bravo comigo me quebrou mais ainda. Mas eu não tinha forças para brigar.
O remédio para dormir começou a fazer efeito.
(...)
- Os documentos que você achou foram de autoria pessoal. Seu pai parecia cuidar muito bem de seu negócio, sempre procurou ver a ficha de seus compradores - Explicou Connor.
Ele pediu para conversar comigo no início da noite, e eu sentia sono por ter sido acordada no meio do efeito do remédio.
- Nem parece que você está falando do meu pai - murmuro.
Connor franze a testa.
- Você está bem, querida ?
- Não. - Admito.
...
O vento agitava as árvores da floresta, do lado de fora do escritório. Fiquei inquieta por ter que voltar sozinha no escuro. Só que mais inquieta ainda ao ver Harry encostado em uma árvore, em meio à escuridão.
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Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa continuaaaaaa pfpfpfpfpfpfpfpfpf taaaa pft pft pft pft!!!!!!
ResponderExcluirOwwwn, Obrigada Taise ><
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