Irresistible - O Instituto

Capítulo Três

 E como a primeira vez, meus sentidos foram se esvaindo 

Narrador's  POV

Ainda de olhos, Alice sentiu algo sendo passado em seu rosto. Acordando assustada, sentou-se rapidamente, tentando afastar quem estava perto.

Harry riu e segurou seus pulsos.

- Calma, Anjo. Sou eu.

- Isso não me acalma.

Ela se soltou dele e se ajeitou na cama.

- Aonde estou ? - Perguntou, avaliando o quarto.

Com as cortinas fechadas, o quarto ficava escuro. As paredes eram cor de chumbo; os lençóis de seda preta; do lado esquerdo da cama, ficava um criado mudo; do lado direito, uma porta que dava para o banheiro; havia uma armário; e nas paredes, vários pôsteres e quadros dos Ramones e Rolling Stones, Vegas e New York.

- Esse é o meu quarto.

- O que estou fazendo aqui ?

Alice estava alterada e Harry estava se divertindo.

- Calma, Anjo. 

- Para de ficar falando isso, não me ajuda em nada.

Harry riu de novo, e ela olhou feio para ele. Contendo o sorriso, ele continuou:

- Logo você irá saber de tudo. Não agora. 

- Pelo menos pode me levar de volta para casa ?

- Não pode ir para casa. - Sua voz se tornou séria - Está em perigo.

- O que ? Como assim em perigo ?

- Tem pessoas querendo te pegar. 

- Mas que pessoas ? E que motivos teriam para isso ? O que eu fiz para elas ?

- Você, nada. Mas uma pessoa próxima fez algo. E querem descontar em você. São pessoas muito perigosas. Terá que ficar aqui, enquanto eles não forem pegos.

- Que pessoa próxima ?

- Não posso dizer tudo, porque também não sei a história inteira. Mas em breve alguém virá para conversar com você.

Alice se levantou e alterou o tom de voz.

- Eu não fiz nada, e querem descontar em mim ? Como podem ? Eu não tenho nada a ver com isso, por isso vou para casa agora !

- Você não pode.

- Claro que posso, não fiz nada !

Harry estava começando a ficar sem paciência.

- Isso não interessa ! Eles querem descontar em você.

Alice tentou um argumento.

- Mas e meu tio ? Ele não sabe de nada ! Se descobrir que saí de casa sem avisar, vai me matar ! Como irei ligar para ele ?

- Não se preocupe com o seu tio. Nós cuidaremos dele.

Alice estremeceu.

- O que quer dizer com isso ?
Harry riu.

- Não é do jeito que você pensa. Nós daremos um jeito dele não descobrir.

- Como se ele volta em alguns dias para casa ?

- Não se tiver outro trabalho em vista.

- Terei que deixa tudo para trás ? Minha vida ? Escola, amigos, liberdade ? 

- Pela sua segurança, terá.

Alice sentiu as lágrimas turvando a visão.

- Não fica assim, Anjo. Aqui não é tão ruim assim.

- Duvido.

- Vem aqui. Deixa eu terminar de limpar seu rosto, para te mostrar o resto. No caminho tinha muito poeira. Agora, relaxa e senta aqui.

Alice tentou se acalmar e sentou-se na cama, de frente para Harry. Ele se aproximou e começou a limpar o rosto dela com um pano úmido.

Assim, tão de perto, ela podia observá-lo. A pele clara; cabelo castanho, cacheado e jogado para o lado. Ela nunca viu olhos tão sedutores e intensos. De um verde luminoso.

A cada passada do pano, Harry prendia a respiração. Ela estava encarando-o com seus olhos verdes escuros. Era sexy e desconcertante. Ele se sentia incomodado. Ele não podia se sentir assim. Não em sua profissão.

Ao terminar, Harry se levantou.

- Vou te mostrar o resto da casa.

Alice se levantou e o seguiu pelo corredor.

Mostrou a sala, a cozinha, os banheiros, os quartos, o jardim, o acampamento inteiro.

- Que lugar é esse ? - Perguntou Alice.

- Como pode ver, é um tipo de acampamento. Só uma área bem grande com várias casas. Aqui ficam os " Caçadores ". Moramos aqui no Instituto. Este lugar é protegido pela OPC. É uma organização secreta. O governo nos apoia e banca. A OPC nos contrata para matar ou prender bandidos, assassinos ou até chefes de máfias. Mas não é nada oficial. Podemos sair quando quisermos. Recebemos por missões. Aqui treinamos, recebemos abrigo, comida. Tudo o que precisamos. Aqui ninguém entra sem autorização. Satélites não nos rastreiam. Ninguém chega perto. Se chegar, é morto. Ou seja, estamos em completa segurança. Caso alguém queira vir nos matar antes de chegarmos nele.

- Quantas pessoas vivem aqui ?

- Muitas. Como disse, os Caçadores. A OPC nos abriga. Quando temos uma missão, podemos sair. Muitos garotos e garotas que trabalham na área vem se abrigar aqui por ser seguro. 

- Qualquer um pode fazer parte ?

- Não. Se quiser entrar, precisa passar por testes do governo e da OPC. Se verem que tem algum talento que seja útil para a área, você passa pela primeira fase. Vasculham sua vida inteira. Não deixam nada passar. Se virem que não tem nada associado a máfias, talvez possa passar.

- E você passou com mérito ?

Alice perguntou, desafiando-o 

Ele sorriu.

- Sou o melhor da área. Sou conhecido pela minha eficiência.

E piscou para ela.

- E como eu posso ficar aqui ?

- Geralmente, deixamos vítimas em outro local, mas eu recebi ordens de deixá-la aqui. Em certas situações, deixamos vocês aqui mesmo. A maioria das vezes não é permitido. Foi estranho, mas eu não questiono. Eles sabem o que fazem. Você é a primeira a entrar aqui. Sinta-se honrada.

Alice desdenhou

- Não me sinto. Estar aqui quer dizer que estou em perigo. Mas como você entrou no ramo ?

- É um negócio de família. Meu pai era do ramo e me colocou no meio. Morreu em uma missão. Minha mãe quando eu era pequeno. Até então, sou só eu. Mas eu adoro o que eu faço.

- Nunca pensou em parar ?

Ele não hesitou :
- Não.

- Mas se quiser pode ?

- Sim. A hora que eu quiser. O governo me oferece proteção quando eu saio.

- E por quanto tempo tenho que ficar ficar aqui ?

- Não sei.

- E em qual dessas casas devo ficar ?

Perguntou Alice, olhando para as três fileira de casas, cada fileira com cinco casas, na verdade cabanas bem grandes, a maioria de dois andares. Mas somente por fora ela era revestida de madeira, por dentro era uma casa normal, totalmente equipada. Era como em condomínios, mas o chão era de terra. Em volta era a floresta. Ela ouvia ao longe o barulho de tiros e urros. Como Harry dissera, eles treinam aqui.

- Na mesma que a minha. Você é minha obrigação. - Ele começou a andar de volta para casa -  Por isso é bom não se meter em encrenca.

Alice revirou os olhos. 

Eles entraram em casa. Várias pessoas ficavam lá, em torno de cinco por casa. E ao passarem pela sala, os olhares se voltaram para Alice. Ela sentiu as bochechas corarem.

Harry cumprimentou as pessoas.

- Quem é essa, Harry ? - Perguntou uma mulher morena, que estava jogando sinuca no canto da sala.

- E por que está de pijama ? - Perguntou uma ruiva, sentada no sofá.

- Pessoal, essa é Alice; Alice, esse é o pessoal . 

Harry manteve um tom entediado.

- Entendi. Mais uma missão. - Anunciou um homem, que estava sentado junto com a ruiva.

- Vamos, Anjo.

(...)

Tarde da noite, Harry falou para Alice ir dormir. Ele acompanhou-a até o quarto em que ficaria. Ao entrar, viu que era o quarto dele.

Ela arqueou uma sobrancelha.

- Espero que se sinta à vontade, Anjo.

- Eu vou dormir aqui ?

Perguntou, incrédula.

- Sim. Algum problema ?

- Você também irá dormir aqui ?

- É o meu quarto. Não tinha mais vagos para você. Então, terá que ficar comigo enquanto não aparece nada.

- Nós iremos dormir na mesma cama ?

Ele começou a andar para o banheiro e sorriu malicioso para ela. Alice sentiu a raiva e frustração invadindo-a.

- Mas Harry ...

Ele a interrompeu :

- Você decorou rápido meu nome. Ficou pensando muito em mim ?

Ela não respondeu. Ele sorriu e fechou a porta. Aproveitando que ele não estava, foi até o armário e pegou outro pijama: uma camiseta folgada e grande. Tirou o celular da bolsa e colocou no criado mudo, caso seu tio ou Mellissa ligasse. Ela ouviu o barulho do chuveiro desligar e em alguns minutos, Harry saiu só com uma cueca preta. Fechou a porta e deitou no lado esquerdo da cama.

- Pode vim, Anjo. Eu não mordo.

Ela deslizou para dentro do lençol, ao lado dele.

- A não ser que você peça. 

Ela revirou os olhos.
Ele tinha um jeito confiante que irritava Alice.

- Não se preocupe, não irei te atacar no meio da noite.

Ela deitou-se de costas para ele.

- Tenha bons sonhos, Anjo. 

Disse no ouvido dela, causando um arrepio.

E desligou o abajour.

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Oi Amoras !

Obrigada pelos comentários anteriores.

Digam-me o que acharam desse.

Beeeijos ><

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