O Juramento - Capítulo Dezenove

Então, terá uma próxima vez. "


Acordei com a luz do sol invadindo o quarto. Levantei e olhei as horas no relógio: 10:00. Dormi demais. Fui para o meu quarto e tomei um banho. Coloquei uma roupa e desci até a cozinha. Chelsea estava quase dormindo na bancada, com uma tigela de salada de frutas.
- Chegou que horas ? - Perguntei, pegando a tigela dela.
- De madrugada. Sabe de que preciso agora ?
- Dormir ? - Sugeri.
- Não. Sair para tomar um café.
- Você não cansa ?
- Só quando estou com Jake. - Tapei os ouvidos.
- Ok, não precisava saber disto.
Ela riu.
Depois que Chelsea acordou totalmente fomos de carro até o Starbucks do centro. 
O fim de semana estava agradável. Estava sol, mas o vento de outono era gelado. Ao lado do Starbucks, as folhas vermelhas e laranjas estavam caídas na calçada e no gramado da praça. As árvores alaranjadas, já perdendo as folhas. Era uma linda vista da cafeteria. Eu e Chelsea ficamos jogando conversa fora, tomando café e observando pela grande janela de vidro ao nosso lado, a paisagem e quem passava. Outono era uma das minhas estações do ano preferida, junto do inverno. Adoro ver o sol, mas sentir a brisa gelada, as folhas coloridas caídas nos gramados, o barulho que fazem quando piso nelas, as árvores laranjas quando não estão sem folhas. Ou a neblina, com o vento gelado batendo no rosto, os casacos pesados, os flocos de neve, os gramados e telhados brancos, os lagos congelados, as árvores secas ...
Do outro lado da rua, vi um homem. Vestido totalmente de preto, com um boné. Estava parado no meio da calçada. Percebi que me encarava. Levantei, fingindo que iria jogar algo no lixo, seus olhos me acompanharam. Voltei a mesa, com seus olhos fixos em mim. Comecei a conversar sobre qualquer coisa com Chelsea, disfarçando. Olhei de soslaio e ele estava falando em um celular. Um ônibus passou na rua, atrapalhando minha visão. Quando foi embora, o homem havia sumido. Me perguntei onde estaria Harry. Já soubera que ele não dormiu em casa e nem voltara pela manhã. 
Terminamos o café e deixei Chelsea em casa. Lembrei que precisava passar no supermercado.

Passei no caixa do supermercado, levando doces, comida congelada e bebidas. No estacionamento, guardei as compras no porta-malas. O estacionamento estava vazio. Não tinha muito movimento pela manhã. Atrás do mercado, tinha uma pequena floresta. Na estrada , era difícil passar algum carro. Abri a porta do carro e meu celular tocou. Olhei no visor, Harry.
- Oi. - Disse, sabendo que seria a primeira vez que nos falaríamos depois da noite passada.
- Onde você está ? - Ele falava depressa, sua voz estava alarmada.
- Fui dar um volta. Aconteceu algo ? - Um calafrio passou pelo meu corpo. Um pressentimento ruim.
- Você não podia ter saído de casa, Serena. - Sua voz ganhou um tom de raiva e impaciência. E pude ouvir ele soltando algumas palavras inapropriadas.
- Por que ? O que está acontecendo ? - Eu estava começando a ficar nervosa. Percebendo que o estacionamento vazio do supermercado era um ótimo lugar para sequestros e assassinatos.
- Alguém te seguiu ?
Comecei a ouvir folhas sendo esmagadas atrás de mim. Me virei, procurando alguém. Nas sombras, pensei ter visto alguém me olhando e logo em seguida se escondendo. Vultos passavam por trás mim depressa.
- Harry, acho que ... 
Me preparei para avisá-lo, mas não deu tempo. Colocaram um capuz na minha cabeça e me seguraram por trás. Deixei o celular cair. Tentei chamar Harry pelo telefone, mas não pude. Alguém me segurava por trás e senti que outra pessoa tentava segurar meus pés. Comecei a chutar e acertei a pessoa. Tentei gritar na esperança de qualquer pessoa vir para me ajudar. Comecei a espernear e consegui me soltar, mas alguém me deu um soco no estômago e me empurrou. Ao cair no chão, bati a cabeça. Não conseguia mais me movimentar. Minha cabeça doía demais e latejava, fui perdendo os sentidos. Era difícil respirar. Meu estômago doía. Fiquei arfando no chão, em busca de ar. Me pegaram pelos ombros, mantendo-me de pé, e me jogaram no ombro de alguém. Logo em seguida, ouvi uma porta sendo aberta. Provavelmente de uma van pelo som de porta deslizando para o lado. Me jogaram no banco e amarraram minhas pernas e mãos. 


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