Irresistible - Bilhete


Capítulo Dezenove

 - Foi só um pesadelo. Está tudo perfeito, agora. 

 - Tem coisa mais chata que isso ? - Resmungou Scott.
Realmente. A música era muito lenta e baixa, tocada no salão de visitas do Instituto. Espalharam algumas mesas pelo local, junto com flores. Candelabros de cristais pendiam da parede. Garçons serviam champagne e batidas. As mesas eram ocupadas por Caçadores e pessoas que ajudam a bancar o Instituto. Presidentes das potências. Havia russos, alemães, chineses, italianos, americanos, entre outros.
- Tem mais blueberry do que álcool na minha bebida - Observei, tomando mais um gole.
- Nada está ajudando a permanecer nesta festa. - Harry disse.
Connor passava de mesa em mesa, conversando com os convidados, vestido seu terno azul marinho impecável e cabelos bem penteados.
- Não entendo o porquê de darem tantas festas aqui. - falei - Quando vim ficar aqui, pensei que fosse como uma base militar, que as pessoas nem sorrissem .
- Connor quer que - respondeu Scott - , apesar de tudo, a gente se sinta como adolescentes normais. Então ele não reclama quando damos nossas festas. Mas esses caras - apontou para os presidentes - acham que somos máquinas de matar. Sempre prontos para salvar a bunda deles.
Connos bateu no microfone, que fez um ruído. 
- Senhoras e senhores, - ele começou, posicionando-se no centro do salão - eu gostaria de fazer um pequeno discurso.
Todos se levantaram e ficaram de frente para ele, ouvindo-o.
- Isso é demais para mim - Resmungou, mais uma vez, Scott.
Ele virou a dose do copo e saiu sorrateiramente. Harry pegou minha mão e levou-nos para um canto mais reservado. Eu não conseguia ver Connor, somente as costas das pessoas. Mas eu só me importava com os braços de Harry em volta da minha cintura, apertando-me contra si. Céus ! Ele era grande. Quando ele mexeu os quadris para se ajeitar, soltei um gemido baixo. Agradeci silenciosamente por Harry ter escolhido um canto mais reservado. 
- Já estou duro por você, Anjo. - Ele murmurou, em meu ouvido, mordendo de levinho o lóbulo.
- Você quer fazer isso aqui ?
Sim ! Sim ! Meu subconsciente gritava. Fechei os olhos quando sua mão deslizou pelo interior da minha coxa e ele esfregou o nariz em meus cabelos.
- Quero você em todos os lugares - Harry respondeu.
Sua boca foi para o meu pescoço. Inclinei a cabeça para o lado, dando-lhe mais acesso.
- Eu deveria dizer " Não ".
Meu sexo se contraiu de ansiedade.
- Vamos ver se é isso o que você vai dizer quando estiver gozando.
Seus dedos tocaram-me por cima da calcinha.
- Você gosta muito dessa calcinha ? - Ele perguntou, rouco.
- Não.
Ele rasgou-a e guardou no bolso interno do blaser. Antes que pudesse pensar direito, ele já estava puxando-me para uma sala que ficava ao lado do salão. Lá dentro, eu podia ouvir Connor fazendo seu discurso, pessoas conversando ... Percebi que era um escritório, mas não tive muito tempo de admirar. Harry já estava pressionando contra a porta que acabara de fechar. Ele envolveu minha cintura com um braço, mantendo-me de costas para ele. Seus dedos brincaram com a minha entrada, até chegar em meu clitóris, fazendo-me estremecer. Comecei a mexer os quadris contra seus dedos, precisando de mais. Quando gemi, ele grunhiu e parou. Ouvi o som de zíper sendo aberto. Harry inclinou-me na escrivaninha, de modo que estava empinada para ele. Ele afastou minha perna com o pé, o suficiente para penetrar-me. Tive que sufocar um grito, quando senti seu pau duro dentro de mim, sabendo que se alguém ouvisse algo, entraria para ver o que estava acontecendo. A ideia de que estávamos tão próximos dos outros me excitava mais ainda. Saber que era errado e perigoso.
- Meu Deus, Alice ! Você já está toda molhadinha. - Ele disse em meu ouvido.
Ele foi para trás e penetrou-me novamente. Seus movimentos eram firmes e rápidos. Eu segurava com força a beirada da mesa, minha testa encostada na madeira. Gemíamos baixinho, à medida que sentíamos as ondas de prazer. O orgasmo veio com mais três estocadas de Harry. Mordi o lábio, sentindo meu corpo tremer. Harry gozou, beijando meu pescoço, para não fazer barulho.
- E gostaria de agradecer a presença de todos aqui - Connor terminou o discurso e ouvimos os aplausos.
Ajeitei meu vestido e Harry fechou a braguilha. 

(...)

Sobre a mesa, meu celular tocou. Número Desconhecido acendeu na tela LED. Depois de três toques, parou. Peguei-o e levantei da mesa. Quando Harry tentou me acompanhar, o impedi. 
- Deve ser meu tio no telefone no telefone do escritório. Pode me esperar aqui.
Ele contraiu as sobrancelhas.
- Tem certeza ?
Selei-o.
- Sim. Aproveito e tomo um pouco de ar. - Aproximei minha boca de seu ouvido -  Você acabou comigo. 
Senti seu sorriso.
- Espero poder fazer isso mais vezes - Respondeu, baixinho.
Beijou minha bochecha.
Assim que coloquei os pés lá fora, meu celular tocou de novo. Já estava bem escuro e silencioso. Era difícil ver as trilhas que levavam às cabanas.
- Alô. - Atendi.
Ninguém respondeu.
- Alô ? - Tentei novamente.
Eu podia ouvir uma respiração, mas não falavam nada. Aquilo estava começando a me assustar.
- Sei que tem alguém aí - Disse.
Uma risada ecoou pelo aparelho, fazendo-me sentir um frio na espinha.
Soltei um grito ao sentir uma mão em meu ombro.
- Desculpa ter te assustado - Disse a loira que quase me causou um ataque cardíaco - Só vim te trazer este bilhete, é para você.
- Para mim ?
- Alice, né ?
Assenti e peguei o bilhete com as mãos trêmulas. A loira retomou seu caminho.
O bilhete fez meu coração parar.

" Você está linda com esse vestido azul, Alice. 
Gostaria de saber como é amar alguém que não nutre os mesmos sentimentos por você  - X. "

Saí correndo em pânico pela trilha atrás da loira. Ela estava na metade do caminho.
- Quem te deu este bilhete ? - Perguntei, quase gritando .
Ela olhou-me assustada.
- Ninguém. Eu achei na porta do meu quarto e quando vi que era pra você, te trouxe. Pensei que haviam errado de quarto.

(...)

Eu só consegui me arrastar para o meu quarto. Medo e frustração eram palavras exatas para definir o que eu sentia. Aquele bilhete e a ligação me assustaram como nada antes. Quem fez isso foi esperto, deixando o bilhete na porta da menina. Eu não sabia o que pensar. Isso estava me matando. Não ter nada concreto ou respostas. Ao menos, opções. Não saber quem está fazendo isso e exatamente o porquê era frustrante. Como a pessoa sabia a cor do meu vestido ? Como conseguiu entrar para deixar o bilhete ?
Harry entrou com tudo no quarto, assustando-me.
- Droga, Alice ! Eu fiquei igual a um idiota lá fora, te procurando.
O alívio de ter me encontrado foi substituído pela tensão, ao me ver encolhida na cama. Com a mão trêmula, entreguei-lhe o bilhete. Seus olhos ficaram frios e ele trincou os dentes.
- Quando você recebeu isso ?
- Faz uns vinte minutos.
- E só me mostra isso agora ? - Ele praticamente gritou.
- Não queria causar uma cena no salão.
- Mas que merda ! - Apertei com força o travesseiro. Não queria brigar. Não tinha forças - Você não pode me esconder essas coisas ! Nunca mais faça isso !
Assenti.
- Amanhã eu tenho uma missão - ele continuou - , vou estar longe. Não quero que você saia daqui.
Encarei-o.
- O quê ?
- É para a sua segurança, Anjo. 
Relutante, mas entendendo, concordei.
Ele respirou fundo e guardou o bilhete no bolso. Tirou a camisa, o jeans e os sapatos. Harry veio na minha direção e tirou meus saltos. Abaixou o zíper do meu vestido e tirou-o pela minha cabeça. Nos cobriu com o lençol e deitou-se ao meu lado, apertando-me contra si.
- Pensei que tivesse que levar o bilhete para Connor. - Disse.
- Ficarei aqui. - Murmurou.
A mensagem no bilhete ficou na minha cabeça. Você não nutre os mesmos sentimentos por mim ? - Eu quis perguntar, mas deixei a ideia de lado.

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Oi Amoras !
Sei que esse ficou meio chatinho, me desculpem. Não tive muito tempo.
Mas espero que tenham gostado e comentem, por favor.
Ps: Para aqueles que me perguntaram qual eram as músicas no capítulo anterior, eu já coloquei o nome de algumas na resposta do comentário.
Beijos :3

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