Capítulo Quatro
Tenha bons sonhos, Anjo.
O som de uma ligação no celular me acordou. Resmunguei e cutuquei Harry.
- Harry, acorda. Você está mais perto.
Ele nem se mexeu.
Tentei chamá-lo mais uma vez. Nada.
Bufei e me virei.
Estiquei o braço para pegá-lo, mas não estava alcançando-o. Curvei-me mais para frente e ouvi uma risada. Olhei para baixo e Harry estava observando-me e rindo.
- Você estava acordado ?
- Eu disse que não te atacaria no meio da noite, mas não falei nada sobre você ficar em cima de mim. - E sorriu de lado, mostrando as covinhas nas bochechas.
- Bem, o celular estava tocando e você não acordava. - Defendi-me, saindo de cima da barriga dele.
Ele sentou-se e pegou o celular no criado mudo, entregando-me.
Atendi e ouvi Mellissa gritar :
- Alice !
- Oi, Mel.
- Você está tentando me deixar maluca ?
- Eu sinto muito, muito mesmo !
- Você simplesmente ... desapareceu. Não atendia as ligações e não dava notícias. Quando fui até a sua casa, você não estava.
- Desculpe, é que eu estou ...
Harry tirou o celular da minha mão e levou ao ouvido.
- Ela está ocupada ficando comigo.
- Me devolva esse celular ! - sussurrei para ele.
Tentei pegar o celular de volta, mas ele desviou e continuou conversando com Mellissa.
- Desculpe ela não ter ligado, estávamos ocupados ... - ele riu - Ah, sim ! Nos divertimos muito ... Claro, quando ela puder, te liga.
E desligou.
Enquanto ele tinha um sorriso divertido, eu estava de boquiaberta.
- Eu não acredito que você falou isso - Sussurrei.
- Tive que fazer. Você ia contar tudo. E se sua amiga souber de algo, estará em perigo também.
- Não podia inventar outra coisa ? - perguntei - O que ela vai pensar de mim ?
- Ela adorou a notícia, Anjo !
Peguei meu celular e fui pisando duro para o banheiro.
Antes que eu pudesse fechar a porta, ele a segurou.
- O que você quer ? - Grunhi.
- Só avisar que não vai poder usar o celular sem a minha autorização e supervisão.
- Por quê ?
Deu de ombros.
- Ordens. - Pegou o celular da minha mão.
Ele deu espaço e fechei a porta.
Tomei meu banho e percebi que esqueci de pegar minhas roupas.
- HARRY ! - Gritei do banheiro, apertando uma toalha em volta do corpo e ficando dentro do box.
- O QUÊ ? - Gritou de volta.
- ESQUECI MINHAS ROUPAS ! TRAZ PARA MIM, POR FAVOR.
- DESCULPE, ESTOU OCUPADO VENDO AS FOTOS DO SEU CELULAR, ANJO.
- DEPOIS QUE TROUXER MINHAS ROUPAS, EU TE MATO !
- ESTOU OCUPADO !
- VOCÊ VAI ME FAZER SAIR DE TOALHA ?
- HM ... VOU !
Inferno. Enrolei-me na toalha e saí do quarto. Harry estava sentado na cama, mexendo no meu celular. Fui até o armário e procurei uma roupa.
- Sabe, fico lisonjeado, mas não precisa ficar de toalha na minha frente só para chamar a minha atenção.
Eu ri.
- Como você consegue ser tão chato ?
- Eu nunca sou. - Brincou.
Saiu da cama e foi para o banheiro. Troquei-me rapidamente e arrumei o cabelo.
Vi o celular na cama, em meio as cobertas. Harry havia esquecido. Queria ligar para Mellissa e explicar o que realmente estava fazendo e também perguntar o que ela dissera á Harry. Ele estava no banho e não saberia. Peguei o celular e comecei a ler as mensagens. Havia várias de Mellissa, também de meu tio e de Mattt. Todas querendo saber porque não dei notícias. Quando comecei a procurar o número de Mellissa na agenda, senti uma respiração quente no meu pescoço.
- Tsc, tsc. - Fizeram no meu ouvido.
Virei-me rapidamente. Harry estava com uma toalha enrolada na cintura, os cabelos e peito molhados do banho. As mãos na cintura, fingindo reprovação.
- Garota má. - passou a mão nos lábios e sorriu de lado - O que farei com você ?
Senti minhas bochechas corarem.
- Eu queria ligar para Mellissa. Ninguém mandou você dizer aquelas coisas.
Ele se aproximou e sussurrou.
- Ela pensa que estamos juntos e vai continuar pensando. - E tomou meu celular. - Quando precisar falar com alguém, me avise que eu supervisionarei.
- Que saco ! Desde quando preciso de babá ?
Ele revirou os olhos e começou a mexer no armário.
- Desde que os caras maus querem pegar a donzela indefesa. - Zombou.
Ele se vestiu totalmente de preto: calça jeans, camisa, botas, jaqueta e pendurou o óculos Ray Ban na gola da camisa. Sacudiu os cabelos e passou a mão, deixando-os charmosamente bagunçados.
Fomos até a sala, que por sorte estava vazia.
- Anjo, se quiser pode se servir e tomar café da manhã.
- Geralmente, eu como torta de limão. Acho que não tem isso.
Ele pegou umas chaves na mesinha ao lado da porta e colocou no bolso.
- Tenho uma missão. Vou demorar um pouco.
- O que eu vou ficar fazendo ? - Choraminguei.
- Sei lá ! Conheça o lugar, faça amigos, conte as janelas. Uma dica: Adoro tacos. Estou indo, Anjo. Não sinta muita saudade, eu volto pra você.
Piscou e saiu.
(...)
Ás nove da noite, já tinha conhecido o lugar inteiro, andado na floresta, assistido alguns treinos. Depois, recebera a notícia de que havia um quarto vago. Arrumei minhas malas e me mudei. O quarto era todo branco, inclusive a mobília; a cama de casal com cobertas vermelhas; quadros de Londres e um banheiro.
Assim que desfiz minhas malas e guardei as roupas no armário, ouvi a porta da sala sendo fechada. Desci e Harry estava procurando algo nos armários da cozinha.
- Tenho uma boa notícia. - Anunciei.
Ele se virou e pude ver seu rosto. O cabelo estava bagunçado e com poeiras; tinha um corte na sobrancelha e no canto da boca; olheiras sob os olhos e manchas de sujeira nas bochechas.
- O que aconteceu ?
- Se acostume. Ossos do ofício. - E deu de ombros.
- Isso é marca de soco, pensei que usasse armas.
- Bem, quando suas balas acabam e você não consegue carregar a arma porque o cara está tentando te acertar, tem que usar outros meios.
- E você não vai na enfermaria ?
Ele voltou á procurar algo nos armários.
- Não. A Sr. McGuire me dá medo. Só preciso disso ... - E mostrou uma garrafa de Whiski.
- E os machucados ?
- Uma hora cicatriza.
Revirei os olhos e puxei-o pela manga da jaqueta até o quarto.
Ele sentou na cama. Peguei uma caixa de primeiros socorros que achei no banheiro e me sentei ao lado dele. Harry bebia enquanto eu limpava o sangue seco da sobrancelha.
- Quem eram os caras de hoje ? - Perguntei.
- Peixe pequeno. Alguns assassinos.
- E você pegou todos ?
Ele fez uma careta quando passei o algodão no lábio inferior dele. Depois, tomou mais um gole da garrafa.
- Eu sempre pego.
- Tenho uma boa notícia. - Lembrei-me. - Me disseram que tinha um quarto vago e me mudei. Agora, pode voltar a ter seu quarto só para você. - E sorri.
Quando fui limpar o rosto dele, ele afastou minha mão e tomou mais um gole. Levantou-se e começou a digitar algo no celular. Ele parecia nervoso quando começou a sair do quarto.
- Aonde você vai ? - Perguntei.
- Avisar da festa de hoje à noite.
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Oi Amoras !
Desculpe pela demora, eu fui viajar e lá não tinha internet.
Espero que vocês tenham gostado e comentem, por favor ><
BJS :3
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