Irresistible - Fogo Cruzado


Capítulo Um

O toque alto do celular despertou-me do sono. Resmungando, alcancei-o no criado mudo.
Era Mellissa me ligando.
- Você sabe que horas são ? - Esbravejei.
Você sabe que horas são ? - Retrucou, elevando o tom de voz.
Sentei na cama.
Como assim ?
- Alice, são sete e quarenta !
Tive um sobressalto.
- Que droga ! Estou atrasada.
- Que novidade. Vem logo, baby.
Saí correndo para o banheiro. Tomei um banho rápido e me troquei. Apanhei meu celular e bolsa e saí de casa. 
Peguei a estrada para a escola. No caminho, liguei para o meu tio, Josh.
Ele, um homem de negócios, vivia ocupado. Começou a cuidar de mim quado meus pais morreram. Meu pai, quando eu tinha 16, em um acidente de carro. Minha mãe, quando eu era um bebê. Como as viagens dele duravam em torno de uma semana, tivera que confiar que eu poderia me cuidar. Mas deixou uma condição: Deveria ligar duas vezes por dia, e se precisasse de ajuda, poderia chamar Dorothea, uma babá aposentada. E como não queria que ele mudasse para um emprego perto de casa, em que tivesse que ganhar menos, me comportava. Assim que cheguei na escola, despedi-me de meu tio. 
Mellissa estava me esperando em frente aos armários. Corremos juntas para a aula.

(...)

Mellissa, como sempre, ficara brava comigo por ter me atrasado.
- Qual é, Mel ? Nós conseguimos ! - Insisti.
Ela ergueu uma sobrancelha.
- Ok - continuei - Mais ou menos.
- Por sua causa, nós levamos um bronca da Sr. Sophia. Agora, teremos que fazer aquele trabalho idiota de filosofia. E você sabe que eu odeio filosofia.
Eu riu.
Mesmo brava, Mellissa conseguia ser linda. Seus cabelos ruivos se agitavam á medida que ela gesticulava durante o sermão. Seus olhos castanhos avermelhados estavam fixos em mim. Sua lábios carnudos ficaram em um linha rígida, mas por trás deles eu sabia que havia o sorriso que eu tanto gostara de ver.
- Me desculpe. - Pedi. 
Fiz meu famoso biquinho, sabendo que ela cederia.
Matt de aproximou e selou a namorada.
- Eaí, Alice. - Cumprimentou-me.
- Oi, Bomer.
- Tudo bem ?
- Não. Convence a sua namorada a me perdoar ? 
Matt abraçou Mellissa de lado e sorriu.
- Se atrasou de novo ?
- Como você sabe ?
- Não é difícil adivinhar quando vira rotina.
- O quê ? Rotina ? Vocês que são chatos e vivem pegando no meu pé.
Ele abraçou-me de lado e bagunçou meu cabelo. Eu o considerava meu irmão mais velho. Sempre pegando no meu pé, irritando-me. Mas não podia negar que ele e Mel eram o casal perfeito.

(...)

Levei Mel para o Enzo's Bistrô. Ela comeu sua torta de morango preferida e acabou me perdoando.  Deixei o carro com Mel, para ela ir fazer compras. No outro dia, ela me buscaria. 
No caminho de casa, senti os calafrios. Os mesmos e constantes calafrios. Como se alguém me observasse de longe. Desde pequena sentira isso. Sentia como se alguém estivesse me protegendo. As ruas estavam silenciosas, além do normal. Ninguém estava na rua. 

Narrador's  POV

O barulho de pneus cantando acabou com o silêncio. Uma van preta cortou a esquina e veio rapidamente pela rua. Alice teve de dar um pulo para o lado, evitando que a van a pegasse. 
Enquanto o carro ia embora, gritou um xingamento. A van parou abruptamente. Merda ! - pensou.
A porta deslizou para o lado e saiu um homem muito grande e forte. Reparou na arma que ele trazia. Mais uma van cortou a esquina e parou ao lado da outra. As portas abriram e mais homens saíram, todos armados.
O primeiro homem, O Grandalhão, gritou:
- Peguem a garota !
Seu coração batia forte contra o peito, as mãos suavam e ela estava paralisada de medo.
Só pode ser brincadeira. Por causa de um xingamento !? Não. Não pode ser. Eles não perderiam o tempo deles com isso. Parece mais ... um sequestro. - pensou.
Três caras vinham em sua direção. Estava sem saída. Se corresse, eles atiravam. 
Um carro parou cantando pneus atrás dela. A janela de trás abriu um pouco, e colocaram o braço para fora, apontando a arma para os homens. Atirou nos três. Nem percebeu que tinha gritado, ao ver eles sangrando e caindo no asfalto.
Mais três carros pararam atrás dela. As portas se abriram e saíram vários homens armados. Do primeiro carro, saiu um homem. Ele veio em sua direção e agarrou-a pelos ombros. Tentou se soltar, mas ele era muito mais forte. Arrastou-a para o outro lado do carro. Ao tentar se soltar, acabou caindo de lado no chão. Com certeza, deixaria marcas em seu cotovelo. Ele falou algo, mas com os barulhos do tiro Alice não ouviu. Só pode se encolher atrás do carro. 
Ele ficou ao seu lado, com uma arma na mão.
- É melhor você tomar isso, Anjo. 
Quando percebeu que ele estava falando com ela, Alice se virou para ele. 
- O que ? - Foi só o que conseguiu pronunciar.
Ele riu do medo dela. Ofereceu um frasco pequeno, com um líquido branco.
- Toma. Vai te ajudar.
Empurrou a mão dele, recusando.
- Quem é você ?
- Sou Harry. Agora, se você não quer ver toda essa bagunça, é melhor tomar isso.
E ofereceu de novo o frasco.
- O que está acontecendo ?
Ele arqueou uma sobrancelha.
- Um tiroteio. - Disse, entediado.
- Eu sei que é um tiroteio. - Retrucou, brava - Mas por que eles queriam me levar ? Quem é essa gente toda ?
Ele olhou para o céu, fechando os olhos, como se estivesse pedindo paciência.
- Olha, Anjo, toma isto e depois conversamos, ok ?
- Eu não vou tomar nada !
Ele empurrou-a, fazendo-a cair no chão. Subiu em cima dela, ficando em cima da barriga, imobilizando-a. Alice tentou se debater, mas ele segurou seus braços, com somente uma das mãos !. Com a outra, colocou o frasco bem perto de sua boca.
- Beba. - Ordenou.
Alice fechou a boca, firmemente. Ele não vai me drogar ! - pensou
Percebeu a linha do maxilar dele se enrijecendo.
Ele soltou seus braços e segurou a bochecha, forçando-a a abrir a boca. Tentou se debater, mas no primeiro momento em que abriu os lábios, ele empurrou o líquido, fazendo-a engolir. Ele fechou sua boca, e deixou que um dedo permanecesse lá por uns instantes.
Alice começou a sentir o corpo ficar mole. Os sons dos tiros pareciam distantes. Seu olhar não tinha foco. Não tinha mais forças para lutar. 
Ele saiu de cima dela, e segurou-a pelos braços. Levantou-a. 
- Shhh. Vai ficar tudo bem, Anjo.
A voz dele parecia distante. 
As pernas bambearem e se curvaram. Antes que ela caísse, ele segurou-a, como se já estivesse acostumado a fazer isso, segurar meninas indefesas nos braços e carregá-las.
As pálpebras começaram a ficar pesadas e seus olhos se fecharam.

                                                                                                                     

Oi Amoras !

Está aí mais um capítulo da fic. Espero que vocês tenham gostado ><
VAGA PARA ADM.



  

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